Nos bastidores da política local, desde as mudanças do calendário eleitoral, o entendimento e os comentários eram um só: o PSDB, do prefeito Jorge Pozzobom, que buscará a reeleição, deu a largada atrasada na composição da coligação em torno do tucano. Assim, nos últimos meses, pairaram teorias de que o partido não teria tido habilidade de articulação. E, inclusive, que o núcleo duro do governo teria sido tragado pela pauta da pandemia. E, por tabela, encontrava-se perdido e tateando em busca de um norte para não perder o timing do pleito.
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Desta forma, os rumores chegaram a dar indicativos de que o PSDB iria de chapa pura. Uma vez que a outra candidatura governista, a de Sergio Cechin (Progressistas), vinha arrecadando o maior número de siglas. Tanto é que, até o momento, Cechin, que concorrerá ao lado de Francisco Harrisson (MDB), tem o apoio de seis partidos.
ENCOLHIMENTO
Até quinta-feira, esse número era de sete. Porém, o Avante mudou de lado. A sigla decidiu que irá estar no bloco pró-Pozzobom. O presidente do Avante, Moacir Alves, falou à coluna sobre os motivos do desembarque da coligação encabeçada por PP e MDB. Segundo ele, o desafio do Avante é mostrar-se, não só com discursos, mas principalmente com práticas, ser uma sigla conectada aos anseios da sociedade.
De acordo com Alves, o partido optou de forma consensual que não seria o momento de seguir com Cechin. Alves, que já exerceu vários cargos públicos nas esferas estadual e municipal, diz que não se trata de nada pessoal contra a dobradinha Cechin/Harrisson. Mas, sim, de reconhecer a condução de Santa Maria frente à pandemia pelo prefeito Jorge Pozzobom (PSDB):
- É preciso reconhecer o trabalho de liderança e de gestor, que tem sido exercido pelo prefeito e sua equipe, frente à pandemia. O prefeito Pozzobom tem conduzido os rumos do município com muita seriedade e, acima de tudo, com serenidade.
NÃO É A PRIMEIRA VEZ...
Aliás, essa não é a primeira vez que o Avante, neste período de pré-campanha, muda de lado. Em maio, o partido, que integrava a chamada Frente Trabalhista encabeçada por Marcelo Bisogno (PDT), anunciou que deixaria o bloco. Isso porque, à época, Moacir Alves reivindicava que, na composição à majoritária, a vaga de vice ao lado de Bisogno fosse do Avante, o que não ocorreu. Tanto que, logo depois, o espaço foi preenchido por Fabiano Pereira (PSB).
- A caminhada, lá atrás, com o Bisogno não foi adiante porque a sinalização da vaga de vice seria nossa, o que não se concretizou. Depois, o PP nos procurou para que compuséssemos com eles. Por motivos óbvios, reconhecemos o tamanho e a estatura do MDB, que ocupa a vaga de vice, e, por isso, não a reivindicamos. Mas, neste meio tempo, fomos percebendo que nosso espaço foi sendo diluído - avalia Moacir Alves.